terça-feira, 3 de novembro de 2015

II CONGRESSO CONTINENTAL DE TEOLOGIA

MEMORIAL DE UMA IGREJA QUE CAMINHA COM ESPÍRITO A PARTIR DOS POBRES



De 26 a 30 de outubro de 2015 participei do II Congresso Continental de Teologia, promovido por Ameríndia e pelo Instituto São Tomás de Aquino (ISTA), ocorrido na Casa de Retiro São José, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Fui muito bem acolhido no dia 25, na casa das Irmãs Sacramentinas, e lá reencontrei o querido amigo Pablo Richard e outros jovens teólogos e teólogas da libertação, originários de vários países da América Latina e Caribe, que conheci em 2012 durante o Congresso Continental de Teologia ocorrido na Unisinos, em São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Ouvi de Pablo Richard um singelo elogio ao meu novo livro Espiritualidade da Libertação Juvenil (CEBI, 2015), e o quanto essa publicação é necessária para a formação de novos teólogos e teólogas da libertação em todo o Continente. Ouvir tais palavras me encheram de alegria.
Pude ouvir histórias dos bastidores das Conferências de Medellín, Puebla, Santo Domingo e Aparecida; notar a preocupação com o avanço de forças ultraconservadoras em toda a América Latina e Caribe; celebrar a alegria do Evangelho nas mudanças propostas pelo Papa Francisco.
Na manhã do dia 26, acolhi o querido Frei Carlos Mesters, que chegava de Angra dos Reis-RJ e que foi tomar um café na casa das Irmãs Sacramentinas, onde ele tem uma amiga de muitos anos. Frei Carlos sempre com uma disposição de adolescente, apesar de ter mais de 80 anos, e com uma alegria contagiante. Me despedi e fui para o ISTA, para a última reunião de preparação e organização do Congresso com a equipe de Ameríndia e com o padre Manoel Godoy, que me pediu para marcar o tempo de caminhada da casa até o ISTA; “caminhando devagar”, como bem disse, para depois avisar aos participantes do II Congresso.
A caminhada foi maravilhosa, pois passei por dentro da Pontifícia Universidade Católica, olhando o prédio antigo, todo em branco e azul em contraste com os prédios novos; daqui a pouco avistei o Museu e finalmente cheguei ao ISTA, onde fui recebido por Manoel Godoy e a equipe de Ameríndia. Almoçamos juntos e fomos para a Casa de Retiro, onde credenciados continuamos a acertar os últimos detalhes.
A partir das 15 horas a Casa começou a receber teólogos e teólogas de todo o Continente. O idioma foi o espanhol, misturado em alguns momentos com o português. No final, todos, todas se entenderam muito bem.
A conferência inaugural foi feita pelo professor Leonardo Boff. Nos dias seguintes, seria a vez de Gustavo Gutiérrez, Carlos Mesters, Francisco Orofino, Victor Codina, José Oscar Beozzo, Pedro Trigo, várias teólogas da libertação; finalmente o II Congresso fez uma linda homenagem a João Batista Libanio.
O II Congresso Continental de Teologia avançou nos temas teológicos lançando perspectivas, propondo prospectivas.
Se assumiu publicamente apoiar o Papa Francisco nas mudanças que ele aos poucos vem fazendo. Uma carta feita por Leonardo Boff, lida em plenária, e assinada por todos, todas, foi enviada ao Papa Francisco.
Nos grupos de trabalho e nas comunicações científicas, as discussões tiveram profundidade teológica o que leva a equipe de Ameríndia a pensar numa publicação escrita que contemple os grupos e as comunicações, dando oportunidade para novos teólogos e teólogas da libertação.
Criei um poema a partir dos relatórios enviados pela maioria dos grupos de trabalho e que resume bem a criatividade e o compromisso de mulheres e homens envolvidos nas discussões teológicas daqueles dias:

IGREJA QUE CAMINHA COM ESPÍRITO E A PARTIR DOS POBRES

A Divina Ruah vem antes e caminha ao nosso lado.
A Divina Ruah sustenta as vozes em defesa da vida.
Reconstruir a Igreja enquanto discipulado de iguais
é garantir a cidadania que irá cicatrizar a ferida.

O diálogo é a casa onde hospedamos o outro.
Tudo é sagrado para quem encontra e respeita.
Eis a revolução humana que nos faz crescer.
Misericórdia é o dom que a profecia não rejeita.

A equidade, a igualdade e a diversidade,
são novas práticas pastorais e da educação.
O Reino de Deus acontece no meio do povo
como Palavra viva que jorra do coração.

Os pontos fundamentais na história bíblica,
deveriam ser os pontos da experiência humana.
Fé na Palavra, fé na gente, que lê com olhos novos
a realidade a partir dos pobres que não é profana

As cidades enquanto sinais de esperança
são aquelas que promovem a pluralidade:
de religião, de sonhos, de trabalho, de cultura.
Onde brotam espaços de participação e liberdade.

O Bem Viver é a exigência maior do Reino de Deus.
Se completa em autenticidade no seguimento da luz.
Os mártires e os profetas são sinais para hoje, neste lugar,
e, por isso, nada é mais alto que o mandamento da cruz.

A Igreja que caminha com Espírito,
que tem como riqueza o carisma e não o poder:
é a Igreja que caminha a partir dos Pobres.
Comunidade que constrói o homem e a mulher!

            De tudo o que vi e ouvi, posso dizer que a transmissão de conhecimento ocorreu de forma espontânea nos momentos de intervalos e na hora do almoço e do jantar. As mães e os pais da Teologia da Libertação ficaram desde o primeiro dia do Congresso, se misturaram em nosso meio, não deixaram de responder a nenhuma pergunta, brincaram, sorriram, nos levaram as lágrimas com seus depoimentos cheios de vida, ternura, vigor e esperança. Victor Codina me deu um abraço apertado quando me viu e me disse: “Li o seu livro Espiritualidade da Libertação Juvenil, gostei muito, parabéns”. Diego Irarrazaval ao me presentear com seu novo livro, me disse: “Seu livro Espiritualidade da Libertação Juvenil é uma ferramenta importantíssima para o trabalho com as lideranças juvenis, siga em frente, esse é o caminho”. Marcelo Barros me contou da alegria de reencontrar tanta gente bacana e sedentas da Teologia da Libertação. Gustavo Gutiérrez e Leonardo Boff falaram muitas coisas para mim, que até o presente momento, ainda estou refletindo e rezando, acredito que mais para frente irei colocar todas em prática, pois são indicações preciosas para ser um teólogo da libertação.
            De todas essas conversas nasceu a vontade de voltarmos para nossos países, para nossas casas, e pensarmos como difundir as propostas do Congresso no meio das juventudes, criar novos espaços para observação da realidade e da transmissão da Teologia da Libertação de acordo com cada lugar. Surgiu a ideia de se fazer no Brasil um II Encontro Nacional de Juventudes e Espiritualidade Libertadora, já que o anterior foi fruto do primeiro Congresso, e deu muito certo.
            Sou muito grato ao padre Manoel Godoy, a Rosario, e a toda a equipe de Ameríndia, que me convidaram para ajudar a organizar e a trabalhar no II Congresso Continental de Teologia, eu nunca mais vou esquecer todos os momentos ali vividos, guardei cada um deles dentro do meu coração. E rezando cada um deles, me preparo para seguir nesta caminhada, levando em frente, com outros jovens teólogos e teólogas da libertação a tarefa de continuar a defender a vida, a ser Igreja dos Pobres.
            Não se sabe ainda quando e onde será o III Encontro Continental de Teologia; nos corredores ouvi conversas que sugerem ser próximo à canonização de D. Oscar Romero (El Salvador) e ou nos 50 anos da Conferência de Medellín (Colômbia). Cenas dos próximos capítulos.
           

Emerson Sbardelotti
Mestrando em Teologia – PUC-SP
Autor de Espiritualidade da Libertação Juvenil. São Leopoldo: CEBI, 2015.
Autor de Utopia Poética. São Leopoldo: CEBI, 2007.

Autor de O Mistério e o Sopro – Roteiros para Acampamentos Juvenis e Reuniões de Grupos de Jovens. Brasília: 2005.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

JUSTIÇA E PROFECIA A SERVIÇO DA VIDA!

JUSTIÇA E PROFECIA A SERVIÇO DA VIDA!



            O que posso dizer destes dias em que vivi na Diocese do Crato, em Juazeiro do Norte, no Cariri, do Ceará de Padre Cícero, no Ceará de Patativa do Assaré, no Ceará do 13º. Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base?
            Próximo ao mistério de Deus no meio de tantos romeiros, tantas romeiras, prefiro me calar e lembrar na mente e em meu coração, momentos que nunca se apagarão...que estão cravados para sempre.
            Tive a imensa alegria de ser adotado pelo povo guerreiro do Norte I: Amazonas e Roraima, que me abraçaram, que me beijaram, como se eu já estivesse com eles a muito tempo e que nosso encontro fosse um reencontro...neste momento as lágrimas rolam por saudade e por amor a todos, todas que daqui para frente estarão em minhas orações e lembranças...e são muitas...muitos risos também...quero reencontrá-los, reencontrá-las em breve.
            Fui acolhido por uma família especial do Cariri, do Crato/CE, a Família Lobo: me deixaram a vontade com meu novo irmão, eu tenho um irmão indígena...(risos)...o querido Delmir, que deve chegar em breve em Belém do Pará...é um choro de alegria o de agora e de muita saudade...saudade das minhas novas irmãs, do meu novo irmão, de painho e mainha.
            No dia 07 de janeiro, após o credenciamento me dirigi para Assaré, a cidade do poeta profeta Patativa. Que alegria estar ali naquele pequeno lugarejo de onde brotou um verdadeiro ser humano. Eu agora sei que minha pesquisa em torno dele será ainda mais difícil, pois parafraseando Luiz Gonzaga a respeito de Jackson do Pandeiro: “Quando a gente encontra alguém que é muito melhor...a única coisa a se fazer é ficar quieto”. Ao conversar com as meninas da Casa da Memória Patativa do Assaré, e ver nos olhos delas, o amor pela história do grande mestre do Assaré, é que senti que ainda tenho muito a fazer e a crescer enquanto ser humano, poeta e cantador.
            Voltei de lá com a sacola cheia de livros, discos e um documentário, enquanto escrevo esta memória, ouço e canto uma canção chamada SINA (Raimundo Fagner / Ricardo Bezerra / Patativa do Assaré):

Eu venho desde menino
Desde muito pequenino
Cumprindo o belo destino
Que me deu Nosso Senhor

Não nasci pra ser guerreiro
Nem infeliz estrangeiro
Eu num me entrego ao dinheiro
Só ao olhar do meu amor

Carrego nesse meus ombros
O sinal do Redentor
E tenho nessa parada
Quanto mais feliz eu sou

Eu nasci pra ser vaqueiro
Sou mais feliz brasileiro
Eu num invejo dinheiro
Nem diploma de doutor...

            A noite celebramos a abertura dos trabalhos. E abracei Reginaldo Veloso e Zé Vicente e outros artistas da caminhada.
E começou no dia 08, de fato, o Intereclesial, com uma linda celebração e tantas vozes e chapéus, que eu disse baixinho: “Obrigado Jesus por revelar seu amor aos pequeninos”...e o Caldeirão esquentou ainda mais quando Francisco, bispo fraterno de Roma nos mandou sua mensagem de amor, afago e carinho...quando um irmão indígena nos lembrou que podem nos tirar tudo, mas nunca irão matar nossas raízes...e assim...a paz!
            Depois de dez anos, abracei meu querido irmão e amigo Vilsom Basso, scj, hoje bispo de Caxias – MA...e assim...a paz!
E reencontrei a família do querido amigo e irmão Zé Martins num vagão...ops...num rancho em sua homenagem...ao abraçar a Angela e as filhas do Zé...a emoção foi grande demais...e assim...a paz!
            Todos os dias as famílias, apesar do calor e do cansaço, nos recebiam com sorrisos, beijos e abraços e isso nos dava ainda mais força.
            No dia 09 saímos em missão, visitando paróquias e conhecendo um povo lindo...ouvimos histórias, recitação de cordel, deixamos chapéus e levamos no peito a certeza que Deus está muito mais perto dos pobres do que imaginamos. E vimos neles os profetas e profetisas que ainda não somos...mas estamos a caminho...e assim...a paz!
            No mesmo dia, subimos ao Horto de nosso Padim Padi Ciço...fomos pedir sua benção, fomos rezar os mártires de nossa caminhada: todos, todas. Foi lida a Carta fraternal que será enviada ao querido Papa Francisco.
            No dia 10 retornamos aos ranchos, depois de ouvirmos um animado Luis Mosconi, fiel romeiro e articulador das santas missões populares e o querido Frei Carlos Mesters, que no alto de sua simplicidade nos ensinou como trabalhar com o povo a partir dele próprio e da Palavra de Deus. A noite cantamos com Zé Vicente e os artistas da caminhada.
            No dia 11 escolhemos o Paraná como estado que acolherá o próximo Intereclesial das Cebs, o 14º., na cidade de Londrina.
            Depois partimos em romaria para o que seria a caminhada jubilar em homenagem ao centenário da Diocese do Crato. Depois aconteceu a Missa de Envio e com a lua surgindo, nos abraçamos uma vez mais, numa irmandade linda, desejosos de nos reencontrar nessas estradas todas da vida e manter sempre viva a profecia, defendendo a vida, lutando por justiça.
            Que Deus nos abençoe.
            Que Deus vos abençoe.
            Amém. Axé. Awerê. Aleluia.


Emerson Sbardelotti
12 de dezembro de 2014
23:45

Vitória do Espírito Santo

EU VENHO DE LONGE



EU VENHO DE LONGE

Eu venho de longe, eu venho de lá
De uma época que não é a de agora
De uma vida sofrida e tão comprida
Que só o canto é o que consola
Desde os meus tempos de menino
Vejo a vida ser exterminada
Meus olhos cheios de lágrimas
E o corpo sem força para nada

Mas eu tenho a minha poesia
E com ela eu insisto em falar
Verdades inquietas que incomodam
Para que a sociedade possa mudar

Eu venho de lá, eu venho de longe
Trago nas mãos o peso dos dias
De uma época que não é a de agora
Semeando amor e fechando feridas
Desde os meus tempos de menino
Vejo minha gente ser maltratada
Fecho os meus olhos e a alma viaja
Minhas mãos cansadas e calejadas

Mas eu tenho a minha poesia
E com ela eu insisto em falar
Verdades inquietas que incomodam
Para que a sociedade possa mudar

Emerson Sbardelotti
09 de fevereiro de 2014
16:06
*direitos reservados*

O PENSAMENTO EURÍSTICO DE JOÃO BATISTA LIBÂNIO

O PENSAMENTO EURÍSTICO!
Emerson Sbardelotti Tavares[1]



"O que é o pensamento eurístico? É aquele pensamento que depois de ler alguém, conhecer alguém, eu começo a pensar!" João Batista Libanio

            Conheci o padre João Batista Libanio, no ano de 1985, Ano Internacional da Juventude. Ele havia sido um dos conferencistas naquele final de semana e nos falava sobre o Mundo dos Jovens (título dado a um de seus livros sobre e para a Juventude), as expectativas que se abriam no limiar da história da juventude brasileira. Com imensa humildade, amor e humor, o padre Libanio se aproximava de nós como verdadeiro assessor, pois suas inquietações nos levavam a pensar sobre o que estávamos vivendo na realidade de então. Ele nos fazia perguntas fáceis, mas que necessitavam de demoradas respostas, respostas ruminadas, respostas que fizessem o grupo crescer.
            Ele em todos os seus livros, didaticamente, sempre fez questionamentos que iam, vão, no mais íntimo de nosso ser. Mesmo sendo um Doutor em Teologia, não abria mão de estar no meio dos pobres, do Povo Santo de Deus, apesar de toda erudição que tinha, conseguia conversar de forma simples, delicada, para cada público um discurso, sempre coerente e vivo.  Aprendi com ele e tento a cada dia viver: um bom teólogo não pode estar nunca somente na academia, ele tem que estar onde o povo está, caso contrário de nada valerá a teologia que recebeu e que faz!
            Eu não conhecia os escritos do padre Libanio, mas conhecia os de seus amigos queridos: Leonardo Boff e Carlos Mesters. Através dos livros destes dois, e também depois daquela conferência, comecei a comprar seus livros, e assisti-lo em VHS que uma editora católica produzia, vídeos sobre Espiritualidade, Teologia, Jesus de Nazaré. Ele falava sobre todos os campos da teologia com imensa facilidade, convicção e clareza. Foi a partir do estudo de sua obra que comecei a entender melhor o que era a Teologia da Libertação.
            Autor de 125 livros, sem contar artigos, não se recusava a escrever de próprio punho, cartas respondendo perguntas ou me concedendo uma entrevista. Em todos os nossos encontros, e não foram poucos, sempre trazia o recente livro, autografado, e eu lhe dizia que um dia escreveria e também o presentearia. “Estarei esperando...” sempre dizia e sorria.
            Em 2012, nos agradecimentos da monografia Ecoteologia: dos gritos dos pobres ao grito da Terra na perspectiva da Teologia da Libertação em Leonardo Boff, que apresentei, assim está escrito:
Aos teólogos e teólogas da libertação, pela coragem e pelo testemunho de fé e vida frente às perseguições e martírios. A Leonardo Boff, João Batista Libanio, Marcelo Barros, Carlos Mesters e D. Pedro Casaldáliga, que mantêm viva a fé e a fiel esperança”. Lhe enviei um arquivo para seu email com a mesma, e ele respondeu: “Obrigado. Siga em frente!”. Neste ano tive o prazer de reencontrá-lo, o que seria a nossa última vez juntos, no Congresso Continental de Teologia, ocorrido na Unisinos – RS. Neste Congresso, eu lhe entreguei meus dois primeiros livros: O Mistério e o Sopro – roteiros para acampamentos juvenis e reuniões de grupos de jovens. Brasília: CPP, 2005 e Utopia Poética. São Leopoldo: CEBI, 2007. O que ele com um imenso sorriso me disse: “Até que enfim...parabéns...siga em frente!” Na ocasião lhe perguntei se em meu terceiro livro (que ainda não está concluído) ele faria a apresentação? “Seria um prazer. Afinal, temos que dar apoio aos novos teólogos da libertação!”. Como era bondoso o professor Libanio...me chamar de novo teólogo da libertação. Ao escrever me emociono lembrando destas palavras, e peço a Deus, que essa profecia se cumpra. Infelizmente no último dia 30 de janeiro de 2014, o Moreno de Nazaré o chamou para junto dele. Fico com a lembrança do professor bondoso, inteligente, bem humorado e cheio de amor pela teologia e pelo povo.
Da minha parte irei me dedicar com afinco ao Mestrado em Teologia Sistemática. Ele me enviou um email dizendo: “Parabéns por mais esta conquista, não se esqueça nunca do povo.
Em nossa última conversa, dias antes de começar a Ampliada Nacional da Pastoral da Juventude, falávamos sobre a juventude, sobre o processo da educação da fé e ele sempre me pedia, me dizia isso: "que tenha coragem de lutar por uma pastoral livre, corajosa e libertadora"!
Obrigado professor querido por tudo o que semeou entre nós. A Teologia e a Teologia da Libertação perde um de seus maiores mantenedores do diálogo e do respeito, a Igreja perde um de seus maiores pensadores contemporâneos.
E eu sigo por aqui, nas suas pegadas, com amor, humor e humildade.
Até o nosso próximo encontro Libanio.


ENTREVISTA COM JOÃO BATISTA LIBANIO

EM ABRIL DE 2002

João Batista Libanio, padre jesuíta, teólogo, educador e escritor, Belo Horizonte/MG

Esta entrevista foi concedida ao Jornal ESPERANÇA JOVEM, da Pastoral da Juventude, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Cobilândia, Vila Velha-ES.

Entrevistado por Emerson Sbardelotti Tavares

EMERSON – O que é a Teologia da Libertação? É a única teologia da América Latina? É a melhor?

LIBANIO: A Teologia da Libertação é, antes de tudo, uma libertação da Teologia. Ela quer ser uma teologia para a nossa situação e não simples xerox da teologia de outros países. Ao querer ser uma teologia para a América Latina, ela parte dos problemas da América Latina. Ora o maior problema que nós vivemos é a situação de opressão, de exploração das grandes massas populares. E a única maneira de superar uma situação de dominação é lutar pela libertação. Queremos, como cristãos, embarcar nessa luta pela libertação dos pobres, motivados e iluminados pela nossa fé.

A TdL é a teologia que motiva e ilumina o cristão na luta pela libertação. Por isso se chama Teologia da Libertação. Ela não organiza, nem faz a libertação. Isso fazem os homens e mulheres que estão lutando. Ela quer simplesmente ajudar esses homens e mulheres, que são cristãos, a verem o que a sua fé diz sobre tal luta, motivando-a, iluminando-a, criticando-a nos pontos em que possa ter entrado algo de anti-cristão. O papel da TdL é muito importante para sustentar a fé do cristão comprometido. Pois vimos com tristeza no passado muitos cristãos que, ao engajarem-se na luta, perderam a oposição entre fé e política, entre fé e luta libertadora, entre fé e compromisso social. Mostrar isso é uma das maiores tarefas da TdL.

Ela não é a única teologia da América Latina, mas aquela que nasceu aqui e se orienta para a nossa situação. Não se trata de comparar mas de ver sua relevância e pertinência para nossa situação latino-americana.


EMERSON – As CEBs são ainda um fenômeno ou não representam mais um novo jeito de ser Igreja?

LIBANIO: As CEBs são ainda verdadeiro jeito de ser Igreja. Mas há vários tipos de CEBs. Há aquelas que amadureceram. Há outras que fraquejaram e outras que desapareceram.
As CEBs têm manifestado uma capacidade criativa no campo da liturgia precisamente lá onde o ministro ordenado não chega regularmente. Elas continuam revelando um compromisso libertador, firme e decidido, sem talvez a aura militante de outras décadas, mas não menos sério e eficiente. Enfim, aí esta a vida das CEBs em sua beleza simples e corajosa.

EMERSON – Num mundo globalizado e globalizante, qual é o cenário de Igreja que sobressai atualmente na América Latina e Brasil?

LIBANIO: Predomina ainda na Igreja Católica, o cenário da Instituição. A preocupação interna com sua estrutura ainda é muito acentuada. No entanto, há sinais de um forte sopro carismático que vivifica toda a Igreja e flexibiliza suas instituições. Há crescente apreço à Palavra de Deus, às liturgias da Palavra, ao estudo da fé. E também ainda permanece animador em muitos setores da Igreja um entusiasmo no compromisso com o processo libertador dos pobres.

EMERSON – O que deve representar o estudo da teologia para a PJB? E o que a PJB deve representar para a teologia?

LIBANIO: Muito. A teologia é a busca de intelecção de fé. Na idade jovem se é mais exigente quanto as razões para crer. Deixa-se de ser criança que freqüenta a religião pelas mãos dos pais. Agora o jovem anda com suas pernas. Em termos de fé, significa aprofundá-la. E para fazê- lo, nada melhor que a teologia. E, por sua vez, a teologia também deve levar em consideração as perguntas que os/as jovens lhe levantam. Eles/as são como a febre do organismo da sociedade. Revelam a existência da infecção sem talvez apontar para qual ela seja exatamente. E a teologia percebendo tal aviso e alarme mergulha no problema e aprofunda.

EMERSON – Qual a mensagem que o sr. daria para os nossos grupos de base da PJB?

LIBANIO: Num mundo de desesperança e desânimo, ser um sinal de coragem e engajamento. Num mundo que só valoriza o presente, acreditar no futuro, forjando utopias. Num mundo hedonista, mostrar que o verdadeiro prazer está na entrega de si aos outros. Num mundo de corrupção política, exercer vigilante controle sobre a administração pública para evitar a malversação dos bens públicos. Num mundo de violência, revelar a liberdade e transparência acolhedora da tolerância e do amor. Enfim, anunciar em palavras e ações que é possível criar uma sociedade alternativa a esta que aí está, começando já no seu meio juvenil o ensaio do mundo futuro de fraternidade, igualdade, acolhida, paz e amor.

EMERSON – Pe. Libanio, nas comemorações de 75 anos de tua existência só temos agradecer a sua valiosa contribuição para o crescimento de nossos jovens, de nossas jovens na caminhada de PJB. Muito obrigado!



[1] Mestrando em Teologia Sistemática pela PUC-SP (Campus Ipiranga); Bacharel em Teologia pelo Instituto de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo; Licenciado em História pelo Centro Universitário São Camilo/ES (Campus Vitória); Bacharel em Turismo pela Faculdade de Turismo de Guarapari/ES; Autor de O Mistério e o Sopro – roteiros para acampamentos juvenis e reuniões de grupos de jovens. Brasília: CPP, 2005 (www.cpp.com.br); Autor de Utopia Poética. São Leopoldo: CEBI, 2007 (www.cebi.org.br). Assessor para as áreas de Mística e Espiritualidade, Juventude, Bíblia e Liturgia. Correio eletrônico: prof.poeta.emerson@gmail.com. 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

MEMÓRIA E PROFECIA!


MEMÓRIA E PROFECIA!


O que vivi nestes dias aqui na Unisinos, em São Leopoldo – RS, em meio a tantas pessoas maravilhosas, oriundas de todos os cantos do continente americano, não tem explicação. Pela primeira vez participei do Congresso Continental de Teologia, no momento, enquanto aluno do bacharelado em Teologia, pelo Instituto de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo, e confesso, boquiaberto, que tudo o que ouvi e vi fortaleceram ainda mais a minha fé numa Igreja que quer ser verdadeiramente a Igreja dos Pobres e tornar mais evidente a abertura iniciada pelo Beato João XXIII em 1962. Volto para Vila Velha, Espírito Santo, com a certeza que tenho muito a fazer por minha Igreja. Me comprometo, de coração e alma com a Opção pelos Pobres, com a defesa permanente da Vida, em levar adiante o legado e a herança da Teologia da Libertação, que aqui foi me entregue e a todos que participaram do Congresso.
Passaram por aqui os pais da Teologia da Libertação de todo o continente americano. Com carinho, amor, paciência, sapiência e humildade, comum de quem muito caminhou, escutou, ascultou, acima de tudo, viveu o Evangelho encarnado nas paixões de nossa gente afroameríndia foram mostrando que é nossa a hora de continuarmos o legado.
É claro que senti falta de nossas matriarcas da Teologia da Libertação, mas em todas as missas e momentos de espiritualidade que participei pedi a Deus que as abençoasse onde estivessem e que as mantivessem fortes na caminhada, sempre fiéis ao Povo Santo de Deus.
Um grupo de corajosos bispos rezaram e compartilharam suas memórias e experiências. E puderam comprovar, que as pessoas estavam ali para aprenderem um pouco mais, e não cometerem heresias, como pensam alguns.  Em especial, D. José Maria Pires, padre conciliar, testemunha ocular do Concílio Ecumênico Vaticano II, que aos 95 anos, voz firme e humor inabalável, nos fez viajar aos anos de 1962 – 1965.
Seria injustiça da minha parte esquecer, por ventura, o nome de algum conferencista ou novos amigos que fui conhecendo pelos corredores e no restaurante universitário, por isso não citarei nominalmente, mas guardarei em meu coração todas as palavras que ouvi e que recebi, dos experientes teólogos da libertação e também de novos teólogos que estão surgindo no cenário. Acredito que a passagem está sendo feita: da primeira geração de teólogos da libertação, para uma segunda e finalmente para uma terceira geração – a minha e a de muitos que lá estavam.
Confesso que retorno cheio de alegrias e esperanças, mas também de muitas crises... Crises, que bem ou mal, me farão crescer teologicamente, humanamente.
A nossa missão a partir desse Congresso Continental de Teologia só tende a aumentar, desistir não é uma palavra que eu irei usar, não importa o que possa acontecer, pois não sou inocente e sei que o cenário de Igreja atual não vê com bons olhos essa organização, esse modo de pensar e ser Igreja. Já diria um profeta mártir de nossos dias atuais: “PREFIRO VIVER PELA VIDA, DO QUE VIVER PELA MORTE”!
Neste momento histórico, sinto o quanto é urgente e necessário não deixar cair a profecia e pude conversar, ouvir, abraçar, sorrir e beijar, profetisas e profetas, que não se calam e que continuam a testemunhar um Deus que se coloca ao lado dos mais fracos, dos espoliados, violentados, excluídos e esquecidos.
Que o sangue de nossos mártires não nos deixem esquecer, acomodar e parar nunca!
Que o cuidado entre os seres e para com os seres seja por toda a Terra, por ela devemos doar nossas vidas se for preciso, é o mínimo pelo muito que ela nos oferece.
A Ecologia é o novo paradigma, é a nova preocupação, é a nova crise hodierna. É o viés pelo qual teremos que refletir e colocar em prática neste século, ou pereceremos todos.
Me perguntaram outro dia: o que sobrou da Teologia da Libertação?
Eu respondi: Deus e os Pobres!
Hoje eu responderia: Deus, os Pobres e bons teólogos e teólogas da libertação que participaram do Congresso Continental de Teologia, e que irão escrever, irão divulgar, farão chegar a todos os lugares a fiel esperança.
Que nos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II, não pensemos no Concílio Ecumênico Vaticano III, mas no Jerusalém II.

Emerson Sbardelotti

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

TdL em Mutirão 39

ESPIRITUALIDADE LIBERTADORA & MÍSTICA



“Andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá!” Gilberto Gil



A juventude é o sacramento do novo, e ela pode dar pistas para uma mística e espiritualidade libertadora no seguimento do Moreno de Nazaré.

O caminho para quem quer viver, não adianta falar apenas de mística e de espiritualidade, com características pejoteiras, não é nada fácil de ser percorrido, principalmente, por se espelhar no itinerário feito por Jesus e as Primeiras Comunidades.

A mística e a espiritualidade libertadora é regada com o sangue dos mártires!

E com o sangue dos mártires não se deve brincar.

Essa é a nossa herança enquanto desejosos de experimentar a mística e a espiritualidade de Jesus.

A juventude (mesmo se sabendo que na atualidade, grande parte dela, não vive num contexto cristão católico, numa família cristã católica e não foi ou não quer ser iniciada na fé) já poderia dizer, que a mística e a espiritualidade, juntas, são um caminho a ser trilhado...com sacrifícios e sorrisos...erros e acertos...mas o que é mística? O que é espiritualidade?

Para entender tais palavras e compreender seus conceitos é preciso ir às suas raízes: Mística, tem sua raiz na palavra mistério (mystérion – em grego – cf. Mc 4,11; 1Cor 2,1.7; Cl 1,27; Ef 1,9).

Leonardo Boff nos diz que o “mistério não equivale a enigma que, decifrado, desaparece. Mistério designa a dimensão de profundidade que se inscreve em cada pessoa, em cada ser e na totalidade da realidade e que possui um caráter definitivamente indecifrável. [...] Mistério, portanto, não constitui uma realidade que se opõe ao conhecimento. Pertence ao mistério ser conhecido. Mas pertence também ao mistério continuar mistério no conhecimento. Aqui está o paradoxo do mistério. Ele não é o limite da razão. Ao contrário. É o ilimitado da razão. Por mais que conheçamos uma realidade, jamais se esgota nossa capacidade de conhecê-la mais e melhor. Sempre podemos conhecê-la mais e mais. E isso indefinidamente”.

Quando falamos de mística nos referimos ao mistério que nos faz viver. É o mistério que comunica, é o sentido que tende a construir uma fraternura na Terra: harmonia com a Natureza, com as coisas todas, entre nós, com Deus.

É cantar aquele refrão do amigo Zé Vicente: “Todas as coisas são mistério! Todas as coisas são mistério!”.

Mística é o fio condutor, uma linha invisível que une a memória e os sonhos, que une a História e a Utopia, que une o passado e o futuro e que faz do presente uma grande festa, uma grande celebração!

Boff diz ainda que, “a mística não é pois, o privilégio de alguns bem-aventurados. Mas é uma dimensão da vida humana, à qual todos têm acesso, quando descem a um nível mais profundo de si mesmos, quando captam o outro lado das coisas e quando se sensibilizam diante da riqueza do outro e da grandiosidade, complexidade e harmonia do universo. Todos, pois, somos num certo nível, místicos. [...] Os místicos dão nome ao mistério. É sua ousadia, pois o mistério é inominável”.

A mística é o inominável!

Há vários conceitos e definições de espiritualidade, pois há várias espiritualidades. A que se propõe trabalhar aqui é a espiritualidade da libertação, cristã, católica, “pé-no-chão”.

Espiritualidade, tem sua raiz na palavra Espírito (ruah – em hebraico – cf. Gn 2,7).

O teólogo chileno, Segundo Galilea , nos diz que “a espiritualidade é conjunto de práticas e atitudes que manifestam a experiência de Deus (do Espírito Santo), numa pessoa, numa cultura, ou numa comunidade. É toda existência humana que põe em marcha a existência pessoal e comunitária. Trata-se de um estilo de vida que dá unidade profunda ao nosso orar, nosso pensar e nosso agir”.

A espiritualidade é o andar nos caminhos de Deus!

É fazer nosso o olhar de Deus. O olhar contemplativo de quem descobre o que não vê.

É fazer nosso o escutar de Deus. O escutar contemplativo de quem ausculta o que não se ouve.

D. Pedro Casaldáliga nos diz que “o espírito de uma pessoa é o profundo e o dinâmico de seu próprio ser: suas motivações maiores e últimas, seu ideal, sua utopia, sua paixão, a mística pela qual vive e luta e com a qual contagia. “Espírito” é o substantivo concreto, e “espiritualidade” é o substantivo abstrato. [...] Toda pessoa está animada por uma espiritualidade ou por outra, porque todo ser humano – cristão ou não, religioso ou não – é um ser também fundamentalmente espiritual. [...] O Deus de Jesus é o nosso Deus. Ele é a nossa profundidade máxima de nossa vida. A causa de Jesus é a nossa causa. Nosso viver é o Cristo (cf. Fl 1,21). Ele é a nossa paixão e seu Espírito é nossa espiritualidade”.

Todos nós carregamos nas costas uma pergunta fundamental: “qual é o sentido da minha vida, da minha existência?”.

Essa pergunta ganha um contorno novo quando uma crise se abate sobre a humanidade, sobre a sociedade, sobre a Igreja, sobre a família...

E é aí que acontece o fenômeno da fé mágica. A busca do milagrismo: “Deus vai aparecer, e vai dar um jeito em tudo. Ele vai dar um jeito na minha vida!”

E o que é o milagrismo?

É a transferência da responsabilidade dos seres humanos para Deus!

Por causa da situação caótica, transferimos para Deus a responsabilidade da mudança. Para que isso aconteça cada um deve conhecer a sua história pessoal, pois a ação de Deus se dá através da nossa ação.

E pode se perguntar: “Deus faz milagre na História?”. Faz! Mas jamais fora das coordenadas da História!

Não adianta ter somente fé, antes de qualquer coisa, está a experiência de Deus. Somente depois, com o tempo, vem a fé.

Experimentar Deus para se ter fé em Deus!

Quem não experimenta a Deus não tem fé em Deus!

Boff nos diz que “a fé só tem sentido e é verdadeira quando significa resposta à experiência de Deus, feita pessoal e comunitariamente. Fé é então, expressão de um encontro com Deus que envolve a totalidade da existência, o sentimento, o coração, a inteligência, a vontade. Os lugares e os tempos deste encontro se transformam em sacramentais, pontos referenciais da experiência de uma superabundância de sentido inesquecível”.

A CNBB em seu documento sobre a Evangelização da Juventude, destaca alguns meios para o crescimento da fé:

A oração pessoal: diálogo íntimo, profundo com Jesus Cristo, no Espírito que fortalece a dignidade enquanto filhas e filhos diante do Pai.

A oração comunitária: em comunidade é apresentado a Deus, os sucessos, as fraquezas, os sonhos, as lutas do povo, as celebrações dominicais. O domingo é o dia de encontrar-se com outros/as jovens e revigorar-se espiritualmente.

A participação na comunidade: a comunhão fraterna é essencial na vida cristã e toda juventude é convidada, desde cedo, a fazer esta experiência através de seu envolvimento nas diversas responsabilidades na comunidade.

A leitura orante da Sagrada Escritura: crer na Palavra de Deus é essencial para um processo de crescimento do/a jovem que quer se comprometer cada vez mais com o projeto do Criador. São quatro passos ou atitudes da Leitura Orante (Lectio Divina) da Bíblia:

1º. Passo: a leitura – o que o texto diz em si?

2º. Passo: a meditação – o que o texto diz para mim/nós?

3º. Passo: a oração – o que o texto me/nos faz dizer a Deus?

4º. Passo: a contemplação – começar a ver o mundo em que vivemos com os olhos dos pobres, com os olhos de Deus.

A vivência dos sacramentos: encontrar-se com Jesus, também na celebração dos sacramentos: de se tornar adulto na fé (batismo), de ser ungido para a missão (crisma), de ser testemunha da misericórdia e do perdão (reconciliação) e de ser pão para as necessidades do próximo (eucaristia).

A devoção a Nossa Senhora: o/a jovem se sente abraçado pela Mãe, meditando junto com ela os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

Os diversos encontros espirituais: momentos especiais para a juventude quando confrontamos com a pessoa, a proposta, a prática e a pedagogia de Jesus.

As leituras e reflexões: são de grande valia as leituras teológicas e espirituais, sempre com a ajuda de um bom dicionário bíblico, litúrgico, de símbolos, de mística e espiritualidade.


Emerson Sbardelotti
Estudante de Teologia do Instituto de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo
Assessor Paroquial da Pastoral da Juventude na Paróquia NS da Conceição Aparecida, Cobilândia, Vila Velha - ES