terça-feira, 23 de agosto de 2011

TdL em Mutirão 19

FALAR DE DEUS NA HISTÓRIA: O DEUS DOS POBRES COMO MANIPULAÇÃO DO DEUS VERDADEIRO?

 
RESUMO

 
Nesse presente artigo gostaríamos de transcrever aos leitores a riqueza da reflexão sobre a fé e sobre Deus, que nascem dos debates em cursos de graduação em teologia. Propomos-nos a tentar mesclar várias perspectivas diferentes sobre uma temática comum, pois aqui queremos colocar pontos de vistas diferentes que tentam justificar uma mesma concepção teológica. Queremos versar sobre as imagens de Deus que temos, sobre nossa maneira de discursar sobre Ele. E somos provocados pela dúvida se o “Deus dos pobres” não seria também uma manipulação ideológica do verdadeiro Deus. E para isso pensamos a temática a partir de 4 perspectivas: Bíblica, Filosófica, Teológica e Pastoral.

 
Palavras-chave: Imagem de Deus. Deus verdadeiro. Deus dos pobres. Manipulação de Deus.

 
ABSTRACT

 
In this article we would like to demonstrate to our readers the wealth in reflexion about faith and God. We propose to try and join various different perspectives around are common these, for here we intend to place different points of view which try to justify one same theologic conception. We want to go over the images of God that we have, about the way we talk in His respect. And we are provoked with the doubt if the “God of the poor” wouldn’t be an ideological manipulation of the true God. This is the reason we think on the theme after four perspectives: Biblical, Philosophical, Theological and Practical.



KEYWORDS: Image of God, True God, God of the poor, manipulation of God.

 
INTRODUÇÃO



Aqui precisamos explicar um pouco como nasce esse artigo.

 
Nas aulas de Teologia Fundamental, do Instituto de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo, ministradas pelo professor “Dr. Giovani Marinot Vedoato”, estudávamos e debatíamos o livro de Renold Blank, DEUS NA HISTÓRIA. São Paulo: Paulinas, 2005.

 
Debatíamos sobre as “imagens de Deus” e as possíveis manipulações ideológicas que podem advir dessas concepções teológicas. Para exemplificar o que afirmamos como imagem de Deus citaremos exemplos do censo comum religioso: Deus castigador, Deus Rei em seu trono, Deus Juiz, Deus da prosperidade, Deus da Bênção, etc.

 
Surgiu então a provocação de um dos nossos colegas. Blank, em seu livro, afirma que o Deus de Israel, é o Deus dos pobres, não o deus do poder dominante (BLANK, 2005, p. 47). O colega indagou: “não seria essa afirmação, ‘Deus dos pobres’, também uma manipulação do Deus verdadeiro[1]”?

 
Sendo essa provocação feita a estudantes que foram educados na fé das Comunidades Eclesiais de Bases (CEB’s), numa eclesiologia que sempre afirmou a “evangélica opção preferencial pelos pobres”, o debate acalorou-se. Fomos então motivados pelo professor a responder a questão em quatro perspectivas: da Interpretação Bíblica, da Teologia, da Filosofia e na perspectiva Pastoral. Essas respostas se transformaram no presente artigo.

 
Sentimo-nos impelidos a buscarmos os fundamentos de nossa fé, e mostramos racionalmente os argumentos que dão sentido à crença no Deus libertador dos pobres.

 
1 PERSPECTIVA DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

 
Propondo-se a falar sobre Deus numa perspectiva da interpretação bíblica, parece-nos fundamental retomarmos e fazermos referência ao documento da Pontifícia Comissão Bíblica, “A interpretação da Bíblia na Igreja”, nº 134, onde é explanado de forma sintética e densa o que a Igreja Católica pressupõe sobre os limites e as qualidades dos métodos exegéticos e interpretativos nos últimos anos.

 
A Igreja nos ajuda a interpretarmos a bíblia. No presente documento nos mostra os pontos positivos e negativos dos principais métodos e abordagens na qual podemos interpretar o texto Bíblico e a partir deles então falarmos sobre Deus. E afirma: “Nenhum método científico para o estudo da Bíblia está à altura de corresponder à riqueza total dos textos bíblicos” (PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA, p.46, 2006).

 
Tendo isso como ponto de partida, propomo-nos discorrer sobre como falar de Deus na interpretação bíblica, levantando algumas considerações sobre o texto de Blank, e as abordagens de interpretação bíblica que ele utiliza como fundamento para suas idéias. Principalmente citaremos a abordagem sociológica e da libertação.

 
Como afirmamos na introdução desse texto, esse artigo nasce de um debate em sala de aula. Um dos alunos questionou o texto de Renold J. Blank, que então estudávamos, o livro Deus na História. Ele o criticou por fazer interpretações bíblicas e não ser um biblista. E então questionou se as afirmações propostas pelo autor não seria também uma manipulação do discurso sobre o verdadeiro Deus.

Pelo que nos parece a critica é infundada. Pois Blank mostra em seu texto conhecimento de causa sobre o que fala. E também a referência a outros autores nos garante que sua pesquisa foi sustentada por uma interpretação bíblica renomada.

 
As idéias do discurso sobre Deus apresentadas por Blank são a de que: “o Deus verdadeiro não fica do lado do poder”; “não fica ligado a um lugar”; “não está preso ao círculo cúltico do templo”; “rejeita toda exclusão e opressão”; “oferece uma aliança”; “quer uma sociedade igualitária”, e outras[2].

 
Pois bem. A crítica, a qual fizemos referência acima, interrogava se todos esses discursos sobre o “Deus dos pobres” não seria uma forma de fechar-se a uma imagem de Deus ocultando o “Deus verdadeiro”. Propomos então uma defesa das idéias de Blank numa perspectiva da interpretação bíblica a partir de duas abordagens. Uma através das ciências humanas e outra contextual[3].

 
A primeira é a abordagem sociológica, que nos texto de Blank, encontramos de forma velada quando ele cita o historiador de Israel, John Bright. Esse historiador norte-americano reconstrói em teorias a história de Israel, seja nos aspectos político, étnico, religioso, etc., com base no seu conhecimento também de uma teoria sociológica, sobretudo do exegeta alemão Martin Noth. Bright, no prefácio à primeira edição de seu livro, História de Israel, diz que aprendeu com ele[4], embora afirme também que há dessemelhanças entre suas idéias.

 
A abordagem sociológica também foi bem explorada pelos norte-americanos após Bright. Aqui citamos Jorge Pixley, que também faz menção a teoria sociologia de Martin Noth (PIXLEY, 1989, p. 16). E também citamos o exegeta Norman Karol Gottwald, que se propõe a vincular Bíblia e sociologia em seus livros.

 
Pixley afirma que Gottwald também usa a abordagem sociológica e evidencia o contexto no qual a fé em Yahweh nasce e cresce. A história se inicia, segundo ele, por uma insurreição camponesa, ou seja, os pobres se rebelam contra os reis da Palestina (PIXLEY, 1989, p. 17)

 
Portanto, concluímos que Blank está muito bem embasado ao afirmar suas idéias, e mostrar que o Deus verdadeiro da experiência judaico-cristã é realmente o Deus dos pobres. E a interpretação bíblica com uma abordagem sociológica nos ajuda a confirmar isso.

 
A segunda abordagem, que chamamos acima de contextual, é a da Libertação. Essa abordagem é identificada pelo documento da Pontifícia comissão bíblica[5], porém é afirmado que “ela não adota um método especial”.

 
Ao invés de se contentar com uma interpretação objetivante que se concentra sobre aquilo que diz o texto em seu contexto de origem, procura-se uma leitura que nasça da situação vivida pelo povo. Se este último vive em circunstâncias de opressão. É preciso recorrer a Bíblia para nela procurar o alimento capaz de sustentá-lo em suas lutas e suas esperanças [...] (PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA, 2006, p. 75)

 
Essa abordagem tem alguns princípios que podemos ver na opção teológica de Blank. Aqui nos basta fazer a seguinte citação “Deus está presente na história de seu povo para salvá-lo. Ele é o Deus dos pobres, que não pode tolerar a opressão nem a injustiça” (PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA, 2006, p. 76).

 
Dessa forma, concluímos nessa primeira perspectiva do discurso sobre Deus que, a interpretação bíblica utilizada por Blank se baseia naquilo que a Igreja Católica também acredita sobre uma interpretação possível e madura dos textos sagrados. O livro “Deus na história” nos aponta para uma interpretação bíblica que nos fala sobre o Deus revelado para um grupo social específico, os pobres.

 
2 PERSPECTIVA DA FILOSOFIA

Nessa parte do artigo encarregar-se-á de analisar a problemática sobre o tema Deus no víeis filosófico. Mas devida a infinidade desse esboço, optou-se ainda de forma limitada ao pensamento de Pseudo-Dionísio, Tomás de Aquino, Immanuel Kant e Karl Popper.

 
Com a crise da racionalidade iluminista-positivista, parece que, refletir sobre Deus na contemporaneidade é filosoficamente quase um absurdo. Esse “descrédito” pelo tema Deus tomou esse direcionamento, depois que Feuerbach e os “Mestres da suspeita”, Nietzsche, Marx e Freud fizeram severas e contundentes críticas a religião e conseqüentemente ao termo Deus.

 
As formulação dessas apreciações são de grande relevância no meio filosófico que vale a pena citá-los, mesmo que seja de forma frenética. Para Ludwig Feuerbach o conhecimento que o homem tem de Deus é apenas o “autoconhecimento de sí próprio”, logo, o “mistério da teologia é a antropologia”. Já para Karl Marx a religião é o ópio do povo, pois essa impede que os homens busquem a superação da desigualdade social. Com Sigmund Freud, a idéia que se faz de Deus é apenas uma “ilusão infantil”. Por fim, Friedrich Nietzsche anuncia a morte de Deus, e a humanidade livre da tutela da religião, poderá criar os valores do super homem.

 
Todos esses grandes pensadores pensavam que a racionalidade filosófica e científica extinguiriam a religião e Deus da história humana. Hodiernamente evidencia-se a “crise da razão” e depara-se com a denominada “Revanche do Sagrado”, onde a temática religiosa e as reflexões de “um Deus para hoje” reaparece com imensa força.

 
O falar de Deus em Pseudo-Dionísio?

 
Dionísio é um personagem histórico convertido por Paulo, quando esse estava no areópago grego. Tal narrativa é explicitada em At. 17,34. Logo, Pseudo-Dionísio, o Aeropagita é um pseudônimo, que esse filófoso, utilizou a fim de garantir bom êxito em suas obras.

 
Os escritos de Pseudo-Dionísio foi profundamente marcado por Plotino, e por tal motivo em é evidente nas suas obras uma fusão entre o neoplatonismo e pensamento cristão. O pensamente desse autor é hodiernamente reconhecido no campo da filosofia, mas é principalmente no âmbito teológico e místico que é mais enfatizado as contribuições oriundas desse sábio homem.

 
Notória também é a distinção que esse faz na temática sobre o conhecimento de Deus. Pois, para ele o conhecimento de Deus começa com a via positiva ou catafática e termina com a via negativa ou apofática. Veja o que se afirma:

 
O método catafático consiste em ir afirmando de Deus as perfeições que se encontram nas criaturas, escolhendo as mais elevadas, tais como a bondade, a sabedoria, a vida, a unidade etc [...] Todavia, uma vez que o ser divino, como ser infinito, não se reduz a nenhuma das coisas finitas nem tampouco à sua totalidade, mas transcende todas elas, Deus é, propriamente, inominável. Por esse motivo, temos necessidade de recorrer ao método ou caminho apofático, que consiste em negar no que se refere a divindade tudo aquilo que em qualquer perfeição, aos olhos do homem, existe de imperfeição[...] consiste em descrever de Deus aquilo que ele não é, terminando assim no silêncio místico, ou seja, a apreensão totalmente desnudada, direta, embora além de qualquer possibilidade de conhecimento (PSEUDO – DIONÍSIO, p.6 , 2004).

 
Já detecta que em Pseudo-Dionísio a não pretensão de manipular Deus, muito pelo contrário o reconhecimento que o inefável está muito para além de todas as tentativas de compreensão humana. Logo, o que se sabe acerca de Deus, jamais esgota sua “deidade”, portanto, o sentimento de contemplação é a via não de conhecer Deus, mas de senti a presença do “totalmente outro” na experiência mística.

 
Falar de Deus em Tomás de Aquino?

 
Com Tomás de Aquino, o maior expoente entre os escolásticos pretende-se abordar como falar e conhecer Deus. Tomás é conhecido pela enorme obra “Summa Theologiae”, na qual esclarece numerosas questões sobre a doutrina cristã.

O aquinense a fim, de provar a existência de Deus elabora 5 vias, com as quais justifica logicamente e racionalmente pelo caminho a posteriori, ou seja, da criação para Criador.Tais provas ficam explicitas na questão II, artigo III da Suma Teológica, onde o autor decorre detalhadamente sobre cada uma delas. Merece ao menos uma citação breve sobre cada um delas: a 1° é a do motor imóvel, a 2° da causalidade eficiente, a 3° o caminho do ser possível e do ser necessário, 4 º procede dos graus que se encontram nas coisas e a 5 ° e última via detecta o governo ou a ordem do mundo.

 
Especificamente na questão XII da Suma Teológica que Tomás explicita em 13 artigos como Deus pode ser conhecido pelo gênero humano. Vale citar a passagem do artigo XI desse grande escritor:

 
Ora, é manifesto que a divina essência não pode ser conhecida pelas naturezas das coisas materiais. Pois, como já demonstramos o conhecimento de Deus, por meio de qualquer semelhança criada, não é a visão da sua essência. Por onde, é impossível à alma do homem, nesta vida, ver a essência de Deus. [...] Logo, ser a alma elevada até ao supremo inteligível, que é a essência divina, não lhe é possível enquanto viver esta vida mortal. (AQUINO, p.103, 1980)

 
Tomás evidencia algumas relações entre Deus e a criação. Para esse escolástico, não há uma identidade entre Deus e as criaturas, pois o Ser Supremo em sua condição divina se difere em sua essência da criação. Porém não existe uma equivocidade, pois, pode-se chegar ao Criador demonstrando sua imagem refletida no mundo, foi isso que fez Tomás nas 5 vias as quais já foram elucidadas anteriormente. Portanto, o caminho mais segura para se falar de Deus e das coisas criadas é a relação de analogia, do modo que aquilo que se fala das criaturas pode se falar de Deus, mas jamais da mesma forma e intensidade.

 
Na teologia tomista, por mais que se especule a respeito de Deus, fica explicito novamente e é assegurado como também em Pseudo-Dionísio a transcendência de Deus, realçando o sentido da teologia negativa.

 
Como falar de Deus em Kant?

 
Na modernidade desponta a ilustre figura do filósofo de Königsberg: Immanuel Kant. Esse filósofo possue 3 grandes obras: A critica da Razão Pura de 1781; A critica da Razão Prática de 1788, e A critica da faculdade de julgar em 1790. Em sintonia com o tema desse esboço ater-se-á numa análise da Critica da Razão Pura e como a temática acerca do conhecimento de Deus é tratada na mesma.

 
Kant tornou-se conhecido pela “virada gnosiológica” que suas reflexões ocasionaram. Agora o conhecer inicia-se com os dados da sensibilidade, oriundos do tempo e do espaço que depois são subsumidos numa das categorias do intelecto: “sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas” (KANT, p.92, 1999).

 
Para a metafísica tradicional a razão busca três conhecimentos fundamentais: a alma, o mundo e Deus. Porém, Kant é categórico ao afirmar a impossibilidade de conhecer esses objetos no âmbito da razão pura, pois ambos estão fora da experiência possível. Portanto, pode-se falar de eles, mas jamais conhecê-los.

 
Para o filósofo de Königsberg é impossível demonstrar racionalmente a existência de Deus, da alma e do mundo, logo, poderia dizer que esse pensador alemão seria agnóstico ou ateu? Muito pelo contrário, Kant apenas pretende esclarecer até que ponto deve ser respeitado os limites da razão. “[...] jamais ousarmos elevar-nos com a razão especulativa acima dos limites da experiência”. (KANT, p.42, 1999)

 
Como falar de Deus em Karl Popper?

 
Com Karl Raimund Popper quase na mesma linha de Kant, delimita os horizontes da ciência. Para Popper no início de todo o conhecimento o que existem são as hipóteses. Portanto, as teorias não se concluem da experiência, pois essas antes de serem verificadas possuem caráter hipotético. Em sua obra Conhecimento Objetivo traz a seguinte afirmação: “Todas as teorias são hipóteses; todas podem ser derrubadas”.

 
Popper em seu racionalismo crítico desenvolve como critério científico não mais o verificacionismo, mas a falseabilidade, que agora passa a ser o que serve na apreciação de uma teoria cientifica: “O falsificacionista exige que as hipóteses científica sejam falsificáveis, no sentido que discuti. Ele insiste nisto porque é somente excluindo um conjunto de proposições de observação logicamente possíveis que uma lei ou teoria é informativa.”( CHALMERS, p.67,1993)

 
No âmbito da racionalidade cientifica empirista a verificabilidade de um enunciado é a condição necessária para que seja considerado como dotado de sentido. A afirmação da existência ou não existência de Deus ou do conhecimento de sua essência são privadas de sentido, pois há uma impossibilidade lógica-empirica de verificação ou de falsificação. “Deus é, então, um pseudo-problema filosófico”.

 
Sábia é a afirmação que Wittgenstein faz no prefácio de sua obra Tractatus lógico-philosophicus. “o que se pode dizer, em geral se pode dizer claramente; e o que não se pode falar, se deve calar”. Portanto, concluímos que a atitude de absolutizar algumas imagens de Deus racionalmente são inconcebíveis, pois tanto a filosofia como a teologia sempre acentuaram que no discurso analógico sobre Deus, há mais diferenças que semelhanças. E um Deus totalmente compreendido deixa de ser Deus.

 
3 PERSPECTIVA DA TEOLOGIA

 
“Discursar” a respeito de Deus para a teologia é primeiramente uma postura de fé. Para Clodovis Boff, ela tem a primazia[6]. Falar de Deus a partir da teologia a princípio pode parecer fácil, no entanto, não é. Portanto, não se falará aqui de Deus como mero objeto produzido pela especulação da razão (crítica feita por Kant), mas como aquele absoluto que pode ser parcialmente alcançado, mas nunca suficientemente conhecido, pois o criador abarca a criatura e não o contrário. O presente trabalho delineará o pensamento teológico de algumas figuras importantes do debate atual.

 
Para João Batista Libânio, um discurso sobre Deus totalmente puro é impossível, pois estamos mergulhados na história. Sempre haverá infiltrações ideológicas. Segundo o teólogo, é necessário ter consciência crítica e discutir os diferentes pontos de vista sobre Deus para baixar o teor ideológico. Enfim, concretamente, é preciso ver sobre que ponto de Deus se discute (revelação, salvação, encarnação) para perceber aí o jogo ideológico possível[7].

 
Na vertente da Teologia Espiritual, França Miranda argumenta que os efeitos da ação de Deus podem ser captados à luz da fé. Deus atua na História e sua ação está descrita em toda a Sagrada Escritura. Para Miranda é o Espírito Santo que possibilita o conhecimento dos efeitos da ação de Deus no Mundo.

 
Também o discurso teológico deve partir, como os outros, das consequências da presença atuante do Espírito, só que em seu nível epistemológico próprio. A saber, os efeitos da ação divina são captados e interpretados à luz da fé, dom de Deus que capacita o homem a ultrapassar uma perspectiva meramente humana e olhar o fenômeno na ótica divina. Captar os efeitos da ação do Espírito enquanto potencializado pelo mesmo Espírito é o que permite ao ser humano um discurso rigorosamente teológico sobre a experiência de Deus [grifo meu] (perspectiva teológica – Ano XXX n. 81 – maio/agosto 1998 – p.161-181).

 
Mesmo partindo da presença do Espírito que conduz ao conhecimento de Deus, não é possível evitar, em último caso, uma manipulação da interpretação dos efeitos de Deus. Quando o ser humano se sobrepõe na compreensão do que seja a ação de Deus no mundo se fechando a dinâmica do Espírito o discurso sobre Deus se torna mero palavrório.

 
Numa linha atual e mais popular da espiritualidade se tem a figura de Anselm Grün. Para ele todos possuem alguma imagem de Deus, elas são necessárias enquanto fazem a mediação entre o homem e Deus, no entanto, aquelas são provisórias e devem ser re-significadas à medida que o discurso sobre Deus se alarga[8].

 
O teólogo espanhol Andrés Torres Queiruga afirma que é de suma importância destruir nossos ídolos, a fim de que, aceitando os novos dados, deixem espaço para o Deus sempre maior. Não se pode cair na ideologia de preservar uma imagem de Deus apenas para servir de bengala as convicções pessoais mais convenientes. O teólogo afirma categoricamente:

 
Resistir sistematicamente a toda crítica pode parecer zelo pela glória de Deus, porém, geralmente, indica o narcisismo de quem não quer renunciar às próprias concepções e a insegurança de quem não se atreve a abrir-se ao processo inacabável de “deixar Deus ser Deus”, expondo-se ao rompimento de suas imagens, uma após a outra (QUEIRUGA, ANDRES Torres. Creio em Deus pai: o Deus de Jesus como afirmação plena do humano. São Paulo, paulinas, 1993, p. 29).

 
Queiruga afirma ainda que só a partir do momento em que reconhecemos Deus como Pai é que derrubaremos as falsas imagens de Deus, pois todos se vêem como filhos muito amados e participantes desse amor (Cf. Queiruga, 1993, p. 100-102).

 
O conhecimento de Deus para a Teologia da Libertação segue seu método peculiar adaptado a realidade dos pobres. Aquela interpreta o concreto da história, e acima de tudo o sofrimento do pobre. Não é possível conhecer a Deus negligenciando a dor alheia. Portanto, para se chegar a Deus é de suma importância ir ao encontro dos expurgados do sistema; esta é a condição de possibilidade para conhecer Deus. Onde está o pobre também está Deus[9].

 
No entanto, como a discussão gira em torno de como falar de Deus sem cair em ideologias anacrônicas, o pobre se torna o lugar epistemológico para a elaboração de uma teologia. Toda elaboração conceitual possui uma ideologia e mesmo falando do pobre sofrido também se parte de um lugar; é o momento de ideologização do pobre.

 
Esse é sem dúvida um limite, mas a teologia da libertação não para no pobre, porque sua reflexão parte de uma vivência sadia da história humana a qual aponta para um algo que transcende essa mesma história, logo, a salvação do homem é integral. O pobre não pode permanecer em seu estado, ele é levado a, já nesse mundo, sentir-se humanizado. Tal via seria o ponto de partida para diminuir o grau ideológico para o conhecimento de Deus.

 
Como foi afirmado no início um discurso totalmente puro sobre Deus não é possível. Muitos tentaram ao longo da história e por mais sinceros que fossem, vez ou outra a compreensão se mostrou débil, incapaz de explicar os desígnios de Deus. Por isso, nunca haverá um discurso totalmente puro a respeito desse grande mistério.

 
4 PERSPECTIVA PASTORAL

 
“Quando quero rezar e não há uma Igreja por perto, me ajoelho em frente a uma árvore e rezo”.

Cartola

 
Não há possibilidade de se falar de Deus hoje em dia, sem se deixar tocar por Deus e a partir deste toque agir, na pastoral: em nossos grupos, comunidades, paróquias e dioceses. A partir do hálito de vida soprado em nossas narinas por Ele, nossa sensibilidade se recusa a ver a condição humana fora da relação com o cosmo: com toda a criação, com todos os seres viventes. É fazer valer o pedido do salmo 27,4: “Uma coisa peço a Iahweh, a coisa que procuro: é habitar na casa de Iahweh todos os dias de minha vida para gozar a doçura de Iahweh e meditar no seu templo” (JERUSALÉM, 2002).

 
Leonardo Boff, afirma que:

nós brasileiros, mais do que um povo religioso, somos um povo místico. Nós não acreditamos em Deus, isso é coisa dos europeus, nós sentimos Deus. Sentimos Deus na pele, no corpo, e por isso toda hora falamos: vá com Deus...fique com Deus...Deus está dentro do nosso cotidiano na vida. Não dá para entender o mundo sem colocar Deus dentro. Jesus Cristo apresenta Deus como Abbá, um pai que tem as características de mãe. Como uma galinha que cuida dos pintinhos, como o pai do filho pródigo que acolhe o filho: olha na esquina, ele está chegando, corre ao encontro cheio de misericórdia, isto é, cheio de entranhas, coisas que as mulheres têm. É um Deus-ternura, mais mãe do que pai, ou então um pai-maternal e uma mãe-paternal... Encontrar Deus não só nas Escrituras Sagradas, nos textos da Tradição, na hóstia consagrada, no cálix bento, mas encontrar Deus na natureza, na pedra, no sol, encontrar Deus nos pobres, de tal forma que abraçando o mundo, está se abraçando Deus (PROGRAMA, 2009).

 
Falar de Deus hoje deve ter o ponto de partida na realidade em que estamos plantados, na realidade em que somos adubados, na realidade em que brotam os frutos da nova estação, na realidade em que devemos ser podados e cortados para que uma nova vida germine. Esta realidade compreende um mundo em que a economia é globalizada e excludente, a técnica é acelerada, a comunicação é sem fronteiras e há um rápido crescimento do pluralismo religioso. E podemos dizer que o tempo ainda não é o de negar a razão, mas não podemos viver a ditadura da razão. A dor do mundo está aí na nossa frente. Os valores não são animados e empurrados somente pela ética, mas sim pelo coração, pelo sentimento, que está diretamente enraizados na concepção que temos de Deus. O mundo é partilhado vergonhosamente pelo G-8 e cortejado pelo G-20, sendo que, quem deveria estar tratando dos assuntos referentes à humanidade e a vida do Planeta seria a ONU, mas isso, infelizmente é um sonho, que tão cedo não veremos realizado, mas, precisamos estar atentos como as virgens prudentes do Evangelho.

 
Falar de Deus hoje é não esquecer as nossas matrizes culturais: indígena, européia e africana. Elas nos lembram todos os dias que somos o povo mais propenso ao diálogo e ao encontro, pois estamos juntos e misturados na dinâmica da vida. Somos como o trabalho das mulheres na produção da panela de barro em Goiabeiras, Vitória/ES; que tiram do barro, do mangue e das árvores do mangue, o necessário para moldarem o símbolo que ilustra tão bem a cultura capixaba e que embeleza a culinária deste mesmo povo; é um trabalho honroso e divinal, que mantêm viva a memória daquelas outras tantas paneleiras que iniciaram a tradição da fabricação das panelas de barro conhecidas mundialmente. E elas são descendentes de indígenas, de europeus, de africanos e por isso, a moqueca capixaba é a melhor moqueca do mundo e o sexto melhor prato para ser apreciado segundo a OMS, pois não engorda, e é leve. Na raiz de tudo isso está a disponibilidade, o empenho e a garra de gerações inteiras de mulheres, que assim como Sefra e Fua, ajudam dar à luz o sonho da posteridade; ao perpetuarem este sonho e ao fazerem feliz todo um povo aproximam-se muito de Deus e vêem a Deus mais do que a maioria de nós.

 
Falar de Deus hoje é percorrer todo o projeto de salvação, a qual, sua prática e pedagogia libertadora está implícita e explicita na Primeira e na Segunda Aliança, no Concílio Vaticano II, nas conferências de Medellín, Puebla e Aparecida, fazendo em nós uma transformação, impulsionando para a prática pastoral: Para que todos tenham vida e a tenham em abundância. Que rezem, orem o Pai Nosso, mas, reivindiquem a justiça e a solidariedade do Reino, o Pão Nosso.

 
Quem, afinal, é Deus?

 
“Nosso Deus é o artista do Universo. É a fonte da luz, do ar, da cor. É o som, é a música, é a dança. É o mar, jangadeiro e pescador. É o seio materno sempre fértil, é beleza, é pureza e é calor”.

Zé Vicente

 
Ele sempre irá responder: “Eu sou aquele que é!” (Ex 3,14).

 
Ele é realidade transcendente. Sendo transcendente nunca saberemos de fato o que ou quem é Deus, só sabemos daquilo que não é, pois a nossa idéia de Deus é sempre limitada, Ele está além de tudo de que possamos sonhar ou pensar ser. Mas o desejo que possuímos é o de que da mesma forma que Jesus, nós também possamos crescer em graça e em sabedoria, por uma intimidade profunda com Ele, onde a nossa existência será inspirada e portanto poderemos chamá-lo de Abbá.

 
Na América Latina e no Caribe, diferentemente da Europa, Deus é aquele que escolhe os pobres (não são os pobres que escolhem a Deus), pois aqui, neste Continente, a pobreza é institucionalizada. Somos um Continente de hapirus (os mais pobres - pessoas desalojadas, sem terra, excluídas nas cidades e nos campos), onde desde cedo, por causa do batismo, alimentamos a vontade de construir uma sociedade distinta, sem exploradores e explorados; uma terra sem males.

 
O Deus que foi passado para a geração que nasceu no Brasil nos anos 70 e era jovem nos anos 80 do século XX, foi o Deus da Teologia da Libertação: divinamente humano, humanamente divino; próximo ao seu povo, em suas lutas, em seus sorrisos, em seus martírios. Um Deus que entrava nas casas através da Bíblia traduzida para o português e nas mãos do povo. E lá ia o povo se reunir debaixo de uma árvore, para se ver, sorrir e celebrar a vida, de um jeito simples, despojado, de analfabetos à homens novos, de analfabetas à mulheres novas. Eram as comunidades eclesiais de base se espalhando por todo o Brasil, sofrendo na pele, perseguições, tal qual as Primeiras Comunidades, por causa do Reino, sendo a voz profética num tempo em que o milagre era economicamente favorável às elites nacionais, fazendo com que os ricos se tornassem cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

 
Foi um período profético. Deus caminhava junto. Ele via a miséria do povo, ouvia seu grito por causa dos seus opressores e descia afim de libertar. Cuidava das feridas e soprava, beijava e abraçava, e os agentes de pastoral iam em frente, havia um ardor missionário contagiante, pois acreditar em Deus sempre foi uma opção de vida. O convite para participar da messe era feito, muitas vezes, com o testemunho daqueles que tombaram e daqueles que insistiam em continuar, mas aceitar ou não, sempre foi uma escolha pessoal. Antes do Concílio Vaticano II, se tinha uma atitude de fé que levava a acreditar em Deus, envolvendo razão e levando o ser humano a aprender uma doutrina, esta por sua vez conduzia a um saber sobre Deus e nada mais. Com o Concílio Vaticano, Medellín, Puebla e Aparecida, a atitude leva a comprometer-se com Deus, envolvendo todo o ser, este desenvolve uma prática de vida que o conduz a uma conversão, a uma mudança, de dentro para fora.

 
José Maria Vigil no que refere a ação pastoral nos diz que:

 
para o Jesus histórico o Deus do Reino é o centro, e não há nenhuma outra mediação para ele senão a promoção de seu próprio Reinado. A missão de Jesus não é outra senão o anúncio e a promoção desse Reino. (...) Na linguagem do evangelho de Jesus, Deus é sempre o Deus do Reino, e o Reino é sempre o Reino de Deus, de forma que o teocentrismo e reinocentrismo se implicam mutuamente. (...) Esse foi o tema de sua pregação, sua obsessão, seu sonho, a paixão que o movia, a causa pela qual viveu e lutou, aquilo que em sua vida teve valor absoluto para ele. A figura de Jesus não foi a do fundador de uma religião ou de uma Igreja, e sim a de um profeta apaixonado pelo Reino de Deus, causa última que o fez viver e morrer (VIGIL, 2006).

 
“A ação de Deus se dá através da nossa ação. E pode se perguntar: “Deus faz milagre na História?”. Faz! Mas jamais fora das coordenadas da História” (TAVARES, 2005).

 
Um Deus para hoje

 
“No chão da vida nasce o Povo de Deus. No Deus da Vida nasce o Povo dos Céus”.

Emerson Sbardelotti / Lula Barbosa

 
Qual é a imagem de Deus que nós temos? Qual é o conceito que temos de pastoral? Perguntas importantes para a nossa caminhada enquanto seres humanos, para o nosso artigo, para a nossa vida em grupo, em comunidade.

 
A imagem de Deus na Primeira e na Segunda Aliança que se propõe e que se aproxima mais de uma pastoral comprometida com o Reino é esta: a - Na Primeira Aliança, o grande perigo para Israel era contaminar Iahweh com os cultos da fecundidade. A paternidade divina surge fundamentada na saída do Egito. Como se disse anteriormente, Deus escolhe os hapirus. Os profetas usarão expressões cheias de ternura para significarem esta paternidade, que na verdade é maternidade. b - Na Segunda Aliança, teremos a experiência fundante do Abbá em Jesus. Esta vivência constitui a intimidade original e profunda de sua personalidade. Por causa dela Jesus cria uma reação em cadeia contaminando todo o seu grupo de amizades, levando-os à radicalidade infantil de chamar Deus de papai, uma experiência única. Deus é para sempre definido como paternidade revelada e entranhável, como fonte de ternura e confiança. Deus é o que alimenta o mistério em Jesus e a partir deste se abre para todas as criaturas.

 
Fuentes nos diz que:

etimologicamente, o termo “pastoral” deriva de pastor. No início do seu uso (finais do século XVIII e princípios do século XIX) referia-se basicamente à doutrina e prática de formar pastores (presbíteros), e ao modo de realizar o ofício da cura animarum (cuidado das almas) próprio do pároco. A partir daí, este conceito foi evoluindo, ganhando grande variedade de significados, alguns reducionistas, outros ambíguos ou mesmo errôneos (FUENTES, 2008).

 
Uma nova imagem para Deus hoje, uma nova pastoral para hoje, só terá sentido, se primeiro, quem busca seus significados souber o quanto significa ser humano. Os profetas da Primeira Aliança e o próprio Jesus sabiam muito bem o que significava ser judeu naquele momento da história da humanidade e a missão que tinham a realizar. Sentiam muito bem a imagem de Deus que os animava.

 
Falar hoje de uma nova imagem de pastoral num mundo globalizado é mais complicado do que se imagina. Com o advento da internet, as juventudes, não se colocam mais a disposição para o exercício da fé em comunidade. O sagrado está no shopping center e a virtualidade é mais próxima do Deus espiritualizado que imaginam para si. Apesar de conhecerem e saberem o que é um pastor e seu ofício, eles residem em sua maioria em cidades populosas, onde dificilmente verão rebanhos e montanhas ao estilo clássico bíblico, portanto o discurso do Bom Pastor, por exemplo, irá soar apenas como mais uma fábula ou como um preceito moral de fim de história que os mais velhos contam ou contavam.

 
Mas há também as juventudes que se sentem atraídas por Deus e estão se colocando à disposição nas mais diversas equipes e pastorais. E conscientes do papel que desenvolvem, vão dando um novo vigor à caminhada de suas comunidades, paróquias, dioceses, independente se são ou não apoiados pela hierarquia, o que sempre representou um grande problema, principalmente para as Pastorais da Juventude, mas que também sempre foi encarado como desafio a ser vencido. E foram e venceram. Olhe a quantidade de jovens que participaram do último Intereclesial das Cebs, acontecido em Porto Velho, em julho de 2009, e que estão se mobilizando para participarem do Encontro Nacional de Fé e Política em Ipatinga, em novembro de 2009 e para o Fórum Social Mundial na Grande Porto Alegre em janeiro de 2010. O Espírito de Deus sopra sempre onde ele quer. Não há como controlar. Só podemos sentir e nos maravilhar e seguir em frente.

 
A experiência de Deus é senti-lo em intimidade profunda, amorosa, através da fé em Jesus e colocado em prática nas ações comunitárias em que estivermos inseridos. O encontro e o diálogo com Deus na oração nos impulsiona todos os dias a irmos em busca do irmão, do outro. Pois Deus se manifesta na realidade humana, em sua cultura e em sua história sem excluir ninguém. Ele aglutina, sorri, se compadece, abraça e beija. A ação pastoral enquanto serviço emanado do amor é uma autêntica vivência de Deus.

 
REFERÊNCIAS

 
AQUINO, Tomás. Suma Teológica. Vol. 1 questões 1-49. Porto Alegre, Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes, Livraria Sulina Editora, Caxias do Sul. Universidade de Caxias do Sul: 1980.

BLANK, Renold J. Deus na história: centros temáticos da revelação. São Paulo: Paulinas, 2005.

BRIGHT, John. História de Israel. 2 ed. São Paulo: Paulinas, 1981.

CHALMERS, Alan. O que é ciência afinal? São Paulo: Brasiliense S.A. 1993.

FUENTES, Salvador Valadez. Espiritualidade Pastoral – como superar uma pastoral “sem alma”?. São Paulo: Paulinas, 2008.

GOTTWALD, Norman Karol. Introdução socioliterária à Bíblia hebraica. São Paulo: Paulinas, 1988. pp. 139-221. (Coleção Bíblia e sociologia).

GOTTWALD, Norman Karol. As tribos de Iahweh: uma sociologia da religião de Israel liberto 1250-1050 a. C. São Paulo: Paulinas, 1986. (Coleção Bíblia e sociologia).

JERUSALÉM, Bíblia de – nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.

KANT, Immanuel. Critica da Razão Pura. Coleção Os Pensadores: São Paulo: Nova Cultural, 1999.

PIXLEY, Jorge. A história de Israel a partir dos pobres. Petrópolis: Vozes, 1989. (Coleção Deus conosco).

PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA. A interpretação da Bíblia na Igreja. 7 ed. n. 134. São Paulo: Paulinas, 1994.

PROGRAMA Sempre um Papo – Leonardo Boff. Belo Horizonte: 2009.

PSEUDO-DIONISIO. Obra completa. São Paulo: Paulus, 2004.

REALE, Giovanni. ANTISERI, Dario. Historia da Filosofia: Filosofia antiga e medieval. São Paulo, Paulinas, 1990. (Vol. 1)

TAVARES, Emerson Sbardelotti. O Mistério e o Sopro – roteiros para acampamentos juvenis e reuniões de grupos de jovens. Brasília: CPP, 2005.

VIGIL, José Maria. Teologia do Pluralismo Religioso – para uma releitura pluralista do cristianismo. São Paulo: Paulus, 2006.

ZILLES, Urbano. Filosofia da Religião. São Paulo, Paulus: 1991.

 
* Adriano Souza Viana, Angelo José Salvador, Edson Kretle, Fábio Milioli Saith – Graduados em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Vitória; Emerson Sbardelotti Tavares – Graduado em Turismo pela Faculdade de Turismo de Guarapari-ES - Licenciado em História pelo Centro Universitário São Camilo - Vitória-ES - Graduandos do curso de Teologia do Instituto de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo (IFTAV).

 
[1] A Introdução do livro e título do primeiro capítulo se refere ao tema do “Verdadeiro Deus”. As idéias de Blank se propõem a fazer uma redescoberta do sentido do Deus judaico-cristão no percurso histórico se baseando em pesquisas bíblicas e teológicas.

[2] Temas tratados em todos os capítulos

[3] Essas abordagens são explicadas no documento da Pontifícia Comissão Bíblica, pp. 66-78.

[4] Cf. BRIGHT, 1981, p. 11.

[5] Cf. pp. 74-78

[6] BOFF, Clodovis. Teoria do método teológico. Rio de Janeiro: vozes, 1998.

[7] Libânio em resposta a questão enviada por E-mail: Como não manipular Deus do ponto de vista teológico? Todo o discurso a seu respeito seria uma ideologia?

Resposta: BH 05 de maio de 2009. Angelo: “pureza total de um discurso sobre Deus é impossível enquanto estivermos na história. Certa dose de ideologia penetra tudo. A defesa que temos é a consciência crítica que procura diminuir os aspectos ideológicos. daí a necessidade do diálogo entre os diferentes discursos. para uma resposta concreta, teria que ver sobre que ponto de Deus se discute para perceber aí o jogo ideológico possível”.

[8] Cf. GRÜN, Anselm. A oração como encontro. Rio de Janeiro: vozes, 2001.

[9] Cf. SOBRINO, Jon. Jesus, o libertador. São Paulo, vozes, 1994.

Nenhum comentário:

Postar um comentário